quinta-feira, 17 de abril de 2014

Entre o adeus e o sentir

Não haveria de proferir-lhe uma palavra a mais que fosse. Concluíra que novos argumentos de ambas as partes não levariam um passo a frente - antes fariam regredir. Colocou-se de pé, sem já saber como poderia suportar aquilo ou de que maneira iriam seguir agora. De fato, não haveria mais sentido permanecerem juntos, haviam deixado isso claro há alguns minutos, mas, na realidade, isso já estava destinado a acontecer desde o começo. 

Agraciados com gênios fortes, não possuíam compatibilidade alguma, mas a teimosa recíproca fazia com que tentassem permanecer unidos. Os últimos dois anos foram os mais turbulentos dos quatro, e agora, frente a frente, tiveram seu primeiro momento de entendimento: viram que já não mais haveria de fazer sentido prolongarem essa união por mais um dia. Em meio as lembranças de alguns bons momentos, ainda que raros, deixaram permanecer a Paz da despedida. Não houve rancor, acabaram-se os gritos e não foi feita uma cena de filme mexicano.

Ela ainda não sabia como haveria de iniciar essa nova fase, mas já obtinha planos possíveis. Desejos e sonhos que a faziam ver alguma luz à frente, para lá que seguira. Ele ainda não possuía um cronograma definido do que fazer depois, mas não se deixou abater pelo imprevisível, tinha uma intensa paixão pelas surpresas que a vida lhe apresentava. Assim sendo, souberam despedir-se, sem mágoas, sem desafetos e sem indagações. Já haviam provado um ao outro tudo o que fosse possível tentar para manterem-se lado a lado, mas os argumentos haviam terminado e a paciência também. Entretanto, não podiam permetir-se que houvesse um rompimento sentimental, o amor deveria permanecer vivo em seus corações, e, por mais que soubessem e admitissem não fazerem sentido juntos, sabiam que se amariam até o fim de suas vidas.

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